A síndrome da excitação sexual persistente, também chamada de transtorno de excitação persistente genital, conhecida pela sigla - TEGP -consiste em uma condição que resulta em uma excitação espontânea e persistente nos órgãos genitais, levando ou não ao orgasmo ou obstrução, sem ligação com desejo sexual. Normalmente o termo TEGP, descreve os sintomas que aparecem nas mulheres enquanto o priapismo é usado para descrever sintomas similares que aparecem nos homens.
Quem sofre desta disfunção sexual, está constantemente em um estado de excitação sexual. Os sintomas podem variar. As mulheres geralmente experimentam os sinais físicos da excitação, incluindo o ingurgitamento dos genitais, sem nem mesmo estar pensando em sexo. Elas podem ter tamanha sensibilidade nas áreas genitais que até mesmo o uso de certos tipos de roupas pode causar excitação.
Essas pessoas também podem ter orgasmos espontâneos e múltiplos – que podem chegar a dezenas por dia, ou elas podem ter que se auto-estimular para encontrar algum alívio. Mas esse alívio não dura muito tempo. A excitação pode voltar a aparecer em poucas horas, minutos ou até mesmo segundos, e pode durar por dias, semanas ou até meses.
Em um primeiro momento, ter (ou precisar ter) orgasmos tão freqüentes pode não parecer algo ruim. Mas para mulheres com TEGP, não é nada agradável – é debilitante, não as deixa dormir, trabalhar ou até mesmo fazer uma refeição com a família. Algumas mulheres alegam ter TEGP desde a infância, enquanto em outras a condição apareceu durante a gravidez ou menopausa. Pessoas com essa condição normalmente se sentem envergonhadas e demoram muito para buscar ajuda médica.
A literatura médica somente reconheceu esse transtorno na última década, mais especificamente no ano de 2001, pela médica estadunidense Sandra Leiblumsendo e caracterizada como uma síndrome específica mais recentemente. Embora não se conheçam as verdadeiras causas, são várias as hipóteses sugeridas:
Causas
*Alterações bruscas no sistema nervoso central. Algumas lesões cerebrais concretas ou determinadas lesões na medula podem causar o distúrbio.
*Alterações no sistema nervoso periférico, como, por exemplo, hipersensibilidade nos nervos pélvicos.
*Problemas no sistema circulatório, como vasocongestão na zona pélvica.
*Pressões sobre alguma parte dos órgãos genitais, como as que podem ser causadas por um pequeno tumor ou um quisto.
*Perturbações hormonais como as provocadas pela chegada da menopausa ou, em certas ocasiões, durante a ovulação; mas que ainda tais distúrbios, podem estar acompanhados de algum distúrbio hormonal ocorrido na adolescência (ou não), o que faz com que o TEGP se manifeste bem cedo.
*Alterações psicológicas provocadas pela depressão ou pelo stress.
*Perturbações do sono.
SINTOMAS:
*Vasocongestão e hipersensibilidade nos seios e órgãos genitais que persistem durante longos períodos e nunca desaparecem por completo.
*As manifestações fisiológicas da excitação não se dissipam com o clímax. Por vezes, passam após múltiplos orgasmos durante horas e dias.
*A mulher afetada não associa o estado de excitação física a qualquer estímulo erógeno que estimule a sua libido, nem com uma sensação de desejo.
*A excitação pode ser desencadeada não só pela atividade erótica como, também, por estímulos cuja origem não é de cariz sexual.
* É uma experiência não-desejada, intrusiva, incontrolável e inevitável.
Algumas pacientes foram tratadas com sucesso com medicamentos como antidepressivos (mas nem todas tiveram este sucesso, eu por exemplo, fiz uso de tofranil, mas o medicamento me deixava tão mau, que preferia o mal que o distúrbio causa!) ou Chantix (medicamento usado inicialmente para reduzir a dependência à nicotina). Outros tentam simplesmente conviver com a condição, agradecidos por pelo menos ter um nome para a sua misteriosa doença. Esta síndrome é rara e, devido ao constrangimento que causa às suas portadoras, é muitas vezes encoberta pelas mesmas.
O TEGP Não se trata de uma necessidade que nasce da mente, mas de uma sensação física e, portanto, não apresenta nenhuma relação com a hipersexualidade, também conhecida como ninfomania, condição na qual a mulher apresenta elevado nível de desejo e de fantasias sexuais, com compulsividade ao ato. Está, portanto, fora do controle da mulher que (tenham certeza) sofre e muito com este distúrbio. O aspecto mais grave do distúrbio é provocado pelas consequências psicológicas verdadeiramente devastadoras, decorrentes da aflição permanente que provoca. A zona genital fica tão hipersensível que nem sequer a masturbação consegue aliviar a tensão. É por isso que o problema se torna tão incómodo e doloroso; vive-se, em geral, com muito mal-estar, pois trata-se de algo não desejado e incontrolável. A mulher que sofre deste distúrbio, deve receber de seu cônjuge uma atenção especial à sua condição, compreensão e o carinho necessários para que juntos possam encontrar a melhor maneira de conviver com este raro e constrangedor distúrbio. Eu convivo desde minha mocidade (23 anos) com este distúrbio e sei o quanto é difícil, doloroso e constrangedor para o casal, e por isto estou expondo abertamente para que saibam que se trata de um distúrbio e procurem orientação médica.
Apesar do esforço em prol de um maior entendimento do transtorno da excitação genital persistente, pouco foi elucidado sobre etiologia, fatores de risco e epidemiologia do problema. A literatura disponível sobre o tema baseia-se, principalmente, em estudos de casos isolados que apresentam algumas características em comum, mas não esclarecem os fatores de risco para o desenvolvimento e manutenção do transtorno.
Os poucos estudos com características epidemiológicas ou foram desenvolvidos via internet, o que pode limitar o estudo, ou ainda com um pequeno número de pacientes, o que, apesar de propiciar o desenvolvimento de novas hipóteses, não é suficiente para corroborá-las nem permite generalização dos achados.
Ainda existe um grande desconhecimento do transtorno por parte dos profissionais da área da saúde e é muito provável que diversos casos sejam diagnosticados erroneamente ou ainda ignorados, dificultando ainda mais uma melhor compreensão do problema
 






 






